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Aumentam os casos de intoxicação por metanol no Brasil: especialista alerta para riscos e sintomas

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Médico alerta que consumo das bebidas adulteradas podem causar cegueira e até morte em poucas horas

 

O aumento dos casos de intoxicação por metanol no Brasil levou as autoridades de saúde a emitirem um alerta público sobre os riscos do consumo de bebidas alcoólicas clandestinas. Segundo o Ministério da Saúde, até esta quarta-feira, dia 8 de outubro, foram registradas 235 notificações no país, sendo a maioria concentrada em São Paulo, com 20 confirmações e 164 casos em investigação. O estado também confirmou duas mortes, enquanto outras seguem sob análise em diferentes regiões. Em Goiás são quatro os casos sendo investigados.

Vale lembrar que o metanol é uma substância altamente tóxica, utilizada em combustíveis, solventes e produtos de limpeza, mas que tem sido detectada em bebidas falsificadas vendidas ilegalmente. A ingestão, mesmo em pequenas quantidades, pode causar náuseas, tontura, confusão mental, visão turva e convulsões, evoluindo rapidamente para cegueira, falência de órgãos e morte.

De acordo com o médico nutrólogo e intensivista Dr. José Israel Sanchez Robles, os primeiros sinais aparecem entre 6 e 24 horas após o consumo. “O grande risco do metanol, frequentemente presente em bebidas alcoólicas adulteradas, está no fato de que, inicialmente, ele se comporta de maneira muito semelhante ao etanol — o álcool comum encontrado em produtos legalizados. Essa semelhança pode mascarar o perigo real, já que, uma vez metabolizado pelo fígado, o metanol é convertido em formaldeído e, posteriormente, em ácido fórmico. Essas substâncias são altamente tóxicas e provocam graves lesões, especialmente no sistema nervoso central e na retina, podendo levar à cegueira e até à morte.”, explica.

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O especialista ressalta que o tratamento deve ser imediato e realizado em ambiente hospitalar. “O tratamento mais eficaz contra a intoxicação por metanol é a administração de etanol absoluto (álcool etílico 99,9%), considerado o antídoto de escolha em muitos protocolos médicos. O etanol compete com o metanol pela enzima álcool desidrogenase, bloqueando sua metabolização e, consequentemente, impedindo a formação dos metabólitos tóxicos — formaldeído e ácido fórmico. Entretanto, a rapidez no atendimento é determinante para o desfecho clínico. Quanto mais tempo o metanol permanece ativo no organismo, maior o risco de danos neurológicos permanentes, incluindo a perda irreversível da visão.”, alerta o médico.

Nos últimos dias, o caso do rapper Hungria chamou atenção para o tema. Após quatro dias internado em Brasília, exames laboratoriais confirmaram presença de metanol (0,54 mg/dL) no sangue do cantor. A assessoria do artista informou que aguarda a contraprova e contestou declarações anteriores do Ministério da Saúde, que havia descartado o caso como suspeito.

José Israel reforça que, apesar de a quantidade detectada em Hungria ser pequena, o episódio mostra a gravidade da exposição. “Não existe dose segura de metanol para consumo humano. Mesmo pequenas quantidades podem causar intoxicação grave, já que, ao ser metabolizado pelo fígado, o metanol se transforma em formaldeído e ácido fórmico — substâncias altamente tóxicas que afetam o sistema nervoso central e a retina, podendo levar à cegueira e à morte. A simples presença de metanol no sangue já indica contaminação, e qualquer suspeita deve ser imediatamente comunicada às autoridades de vigilância sanitária. A prevenção é fundamental: bebidas alcoólicas com preço muito abaixo do habitual, sem rótulo, sem registro ou vendidas de forma irregular não devem ser consumidas, pois representam um risco real e potencialmente fatal.”, conclui.

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As autoridades recomendam que qualquer suspeita de intoxicação por metanol seja notificada imediatamente aos órgãos de vigilância sanitária e reforçam: informação de qualidade e atendimento rápido podem salvar vidas.

Att.
Carlos Nathan

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