Nomes escolhidos pelo público reforçam laços entre cultura e conservação no Pantanal.
O Pantanal agora tem três moradoras oficialmente batizadas pela escolha do público. A votação realizada pelo Polo Socioambiental Sesc Pantanal, iniciativa do Sistema CNC Sesc Senac, nas redes sociais mobilizou pessoas de todo o país para a escolha da família avistada na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do Brasil, a RRPN Sesc Pantanal, localizada em Barão de Melgaço (MT).
A onça-pintada mãe recebeu o nome Aurora, referência à claridade que anuncia o início da manhã, horário em que os animais foram vistos. As duas filhotes foram chamadas de Celeste, palavra ligada ao céu e associada à beleza, pureza e serenidade, e Tchuva, expressão típica do linguajar poconeano para se referir à chuva.
As três fêmeas foram flagradas em interação familiar, com registros de amamentação e brincadeiras, por uma das 165 câmeras de monitoramento científico da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Sesc Pantanal, em Barão de Melgaço (MT).
Segundo a bióloga e gerente-geral do Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Cristina Cuiabália, envolver o público nesse processo fortalece a conexão com a causa ambiental.
“Cada nome escolhido carrega um pedaço da cultura pantaneira e do olhar da sociedade sobre esse território. Quando as pessoas ajudam a batizar uma onça-pintada, não estamos apenas falando de um animal, mas de todo um bioma e da história que ele representa. É uma forma de transformar a ciência em algo vivo, próximo e coletivo”, destaca.
Pesquisa e conservação
Os animais são monitorados de forma contínua, por meio da pesquisa de longo prazo realizada pelo Sesc Pantanal em parceria com instituições como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Grupo de Estudos em Vida Silvestre (GEVS) e o Museu Nacional. O trabalho conta ainda com a participação dos guarda-parques e auxiliares da Reserva, pantaneiros que conhecem profundamente os ciclos e sinais da fauna local.
A pesquisa busca compreender o comportamento das onças-pintadas e contribuir com a conservação da espécie, classificada como vulnerável à extinção. Por ser um predador de topo, sua presença indica a qualidade ambiental da Reserva.
Além das mais de 300 publicações científicas realizadas na RPPN ao longo de quase três décadas, a área de 108 mil hectares desenvolve iniciativas de ecoturismo, educação ambiental, restauração florestal, desenvolvimento comunitário e o Manejo Integrado do Fogo (MIF).
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