TUDO PELO PODER
Presidente do PSB, Ildes Taques antecipa disputa interna. Seu maior cabo eleitoral é o chefe da ALMT, Max Russi
Em uma estratégia arriscada e que compromete toda a Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Ilde Taques (PSB) já negocia, em troca de cargos e favores, além de apoio no Legislativo Estadual, a presidência do Legislativo Municipal, hoje ocupado pela vereadora Paula Calil (PL).
Taques preside o PSB em Mato Grosso e reza pelo catecismo doo presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB).
“Estamos construindo”, disse o vereador, ao ser questionado sobre seu projeto político. “Mas, ainda é muito cedo. Há muita coisa para acontecer”, completou.
Ele está no seu primeiro mandato, mas é considerado um arguto articulador em questões de política eleitoral. Esse tipo de ação, geralmente, norteia uma eleição restrita, pois o cargo de presidente da Câmara tem reflexo em uma futura eleição ou reeleição, em 2028.
Pelo menos oito vereadores admitiram, sem assumir publicamente – até pela distância para as eleições da Mesa Diretora para o segundo biênio, 2027/2028 -, que foram procurados por Ilde Taques (PSB); O vereador, rotineiramente, faz reuniões na presidência da Assembleia Legislativa, inclusive, com outros colegas, como Kássio Coelho (Podemos), atual presidente da União das Câmaras Municipais de Mato Grosso (UCMMAT), recentemente eleito e empossado, também graças ao apoio do deputado Max Russi.
Segundo estabelece o Regimento Interno da Câmara Municipal, a eleição para o primeiro biênio acontece logo após a sessão solene de posse dos vereadores. Neste ano, pela primeira vez na história do Legislativo cuiabano, elegeu para os cargos diretivos apenas mulheres. Vale registrar que, dos 27 vereadores, 19 são homens.
Inclusive, entre as eleitas, está a primeira-dama de Cuiabá, Samantha Íris (PL), que obteve mais de 7 mil votos, sendo a mais votada entre os atuais componetes do Poder. Mesmo sendo neófita em política e estando em seu primeiro mandato, ela sinaliza que pode disputar nova eleição em 2026.
É cotada para tentar uma vaga na Assembleia Legislaiva pu na Câmara Federal. No contexto das articulações políticas, a mulher do prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), é cotada parac compor como candidata a vive uma chapa com o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos), que trabalha para suceder o governador Mauro Mendes (União Brasil).
A atuação de Ilde Taques, avalizada ou não por caciques partidários, tende a esvaziar a administração da presidente Paula Calil, que, em que pese estar em seu primeiro mandato eletivo, já tem um histórico político familiar. Ele coordenou as campanhas do irmão, o deputado estadual em segundo mandato Faissal Calil (Cidadania), que já foi vereador em Cuiabá e tende a disputar uma vaga para deputado federal.
A forma como Taques aborda os demais vereadores, com promessa de cargos e favores políticos, desperta preocupações no Palácio Alencastro, onde o prefeito Abílio faz ouvidos moucos para os bastidores da sucessão na Câmara Municipal. Esse tipo de articulação desagrega a base aliada,pois o segundo biênio desagua justamente no processo sucessório em Cuiabá, quando o atual prefeito deve ser candidato à reeleição, assim como a grande maioria dos atuais 27 vereadores,
O problema maior é que a abordagem de Taques está obrigando outros pretendentes ao cargo de presidente da Câmara a mudaram sua estratégia. E as reclamações chegaram à cúpula do PSB, pois a atual primeira-secretária da Mesa Diretora, Katiuscia Mantelli, filiada ao partido de Max Russi, também já demonstrou interesse em construir uma candidatura.
A diferença é que Mantelli já participou, indiretamente, de outras eleições de Mesa Diretora, principalmente na Assembleia Legislativa, já que acompanha o deputado Max Russi, desde quando ele foi eleito pela primeira vez.
Certo mesmo é que Ilde Taques trilha caminhos para ganhar poder político e estrutural, que pode tanto contemplar ele mesmo, bem como os líderes do seu partido ou de seu grupo político.
Resta saber se os demais postulantes à presidência da Câmara Municipal de Cuiabá – que carrega a pecha de “Casa dos Horrores” – vai manter a imagem negativa que carrega ou vai tratar um processo normal e democrático, dentro da transparência e da lealdade.
A aposta está lançada.