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Os insaciáveis e o Pantanal Por ARMANDO ARRUDA LACERDA

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“…Eventualmente a área do Pantanal tem conduzido diversos pesquisadores a uma lamentável confusão conceitual através da aplicação simplista da expressão ‘ecossistema pantaneiro’ à totalidade do conjunto fisiográfico regional…
…Tal como seria totalmente absurdo aplicar ao conjunto da depressão pantaneira o epíteto de Bioma, eventualmente lembrado. Tratam-se de sérias questões conceituais e metodológicas a serem respeitadas.”

O Mestre Aziz Ab’ Saber, antes de nos deixar, nos legou essa advertência que os insaciáveis ignoram e adoram quem fala em ecossistema pantaneiro e Bioma Pantanal.

Há tempos atrás o ex-senador do MS Pedro Chaves, depois de inúmeras audiências públicas, chegou a apresentar uma “Lei do Pantanal” no Senado Federal, infelizmente com o fim da legislatura, o projeto desapareceu, embora distante do ideal era melhor que essa cópia de agora.

É interessante como os insaciáveis têm ojeriza a qualquer coisa que tenha, como no caso, minimamente seguido os ritos democráticos, e acatado algumas colaborações dos atingidos pela nova Lei e, eventualmente, aparado o simplório espetaculoso e o apetite por lacrações importadas.

O Senador Wellington Fagundes passou por dificuldades para se reeleger no Mato Grosso, onde, certamente, quando com as melhores intenções adaptou como Estatuto do Pantanal o projeto do Senador Contarato do Espírito Santo do Estatuto da Mata Atlântica, levando-o a ter de lidar com esse fantasma, meio que assombrando sua campanha.

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Mas graças a seu tino e capacidade política conseguiu superar tal entrave e, certamente, entendeu que o Pantanal, se precisar de mais leis elas necessariamente terão que ouvir os ensinamentos da cultura seminal que culminou gerando um Pantanal como o conhecemos.

Os insaciáveis agora querem impor, como se fossem a Metrópole Imperial ao Pantanal, o tal Estatuto da Mata Atlântica, sem se importar que significaria africanização imediata, extirpando como ervas daninhas, os derradeiros traços da velha cultura que possibilitaram a própria existência do Pantanal.

Será que é impossível perceber que o Pantanal é sinônimo de conservação e sustentabilidade e que a Mata Atlântica, nessa mesma ótica, seria seu antônimo?

Quem ignorou os gritos de socorro dos pantaneiros e impôs um cumprimento olímpico de leis importadas, vilanizando as vítimas, não terá sido o verdadeiro responsável pelo desastre do assoreamento do Rio Taquari na Planície?

Que os modelos importados de reservas registradas ou informais tem produzido uma destruição muito mais importante e duradoura, quando comparadas às áreas de substituição de pastagens legalizadas?

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Que melhorias em pastagens naturais degradadas não envolvem necessariamente desmatamento e ajudam no alimento dos animais e dos herbívoros selvagens, elo fundamental  da cadeia alimentar da fauna do Pantanal?

Que os pantaneiros que não substituíram pastagens e não adensaram rebanho, são pesadamente tributados por Valor de Terra Nua, Grau de Utilização e Alíquotas Progressivas, na “produtividade” do bate bola entre fiscais municipais e federais do ITR?

Que o Pantanal que só expõe sua conservação, nunca imporá algo pela força, esperando que a beleza apresentada, seja sempre seu melhor argumento.

A beleza do Pantanal nunca satisfará os preservacionistas malthusianos e anti-humanidade disfarçados de salvadores da natureza, posto que, em sua essência, são só o que são: Os Insaciáveis!
(*) Pantaneiro do Porto São Pedro, Amolar, Corumbá

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