Da Redação – Amanda Divina
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Um estudo realizado por pesquisadores do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental Aplicada (Nemea), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou que Mato Grosso deve ser um dos maiores beneficiados com o ‘tarifaço’ do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A estimativa é um balanço favorável de R$ 5 bilhões neste ano.
As principais tarifas anunciadas para a elaboração do estudo aconteceram entre os dias 7 e 11 de abril deste ano. São elas:
• Elevação das tarifas dos EUA das importações da China para 145% e de 10% para os demais países
• Elevação para 25% da tarifa de importações de automóveis e aço nos EUA, de qualquer país
• Elevação de tarifas da China das importações dos EUA para 125%
Nos Estados Unidos, o Produto Interno Bruto (PIB) sofreria uma redução de -0,7%. Por outro lado, a China enfrentaria uma diminuição -0,6% no PIB, demonstrando o efeito adverso das tarifas sobre a economia. No Brasil, um pequeno incremento no PIB poderia ser observado (0,01%), derivado quase exclusivamente pelo ganho em atividade e exportações de alguns produtos agrícolas e pela queda de preços de importações.
O setor mais beneficiado seria o agropecuário e as perdas na indústria seriam significativas. Os impactos setoriais das medidas tarifarias de EUA e China na economia brasileira seriam muito diferenciados. Os resultados mostram que os efeitos de elevações de exportações seriam limitados a poucos setores (sementes oleaginosas, vestuário, computadores, produtos minerais).
O incremento de importações seria um fenômeno mais generalizado, em produtos agrícolas e industriais, pois as medidas de tarifas afetariam de forma relevante os preços internacionais. O resultado em termos de produção depende desses impactos e dos deslocamentos de fatores entre os setores. O impacto positivo mais relevante ocorreria em sementes oleaginosas como a soja e derivados de petróleo.
Atualmente, Mato Grosso é o maior produtor de soja do país. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que Mato Grosso deve produzir mais de 49 milhões de toneladas e auxiliar o estado na liderança da produção de grãos. A estimativa é de que na safra 24/25 sejam produzidas mais de 100 milhões de toneladas de grãos.
Devido ao setor agropecuário, o estado deve ter um balanço favorável de pouco mais de R$ 5,3 bilhões. Em São Paulo, o impacto corresponderia a uma perda de cerca de R$ -4 bilhões, e em Minas Gerais, de R$ -1,16 bilhões.