Painel no Congresso Estadual da Facmat destacou desafios da transição, riscos para a competitividade e oportunidades de crescimento para o setor produtivo
A reforma tributária foi o tema central do Congresso Estadual da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat), realizado no dia 03 de outubro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá. A mesa redonda reuniu representantes do setor público, empresarial e jurídico para discutir os desafios da transição e as oportunidades que a mudança pode trazer ao ambiente de negócios.
O presidente da Facmat, Jonas Alves, apontou como maior desafio a adaptação do Estado a um novo modelo de competitividade. Segundo ele, a transição exigirá ajustes das empresas e do setor produtivo. “O período de transição é longo e a adequação será essencial para que as empresas consigam se ajustar”, afirmou. Ele acrescentou que a oportunidade está em fortalecer a industrialização local e a verticalização da produção.
O secretário-adjunto de Projetos Estratégicos da Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz/MT), Vinícius Simioni, destacou a necessidade de equilíbrio entre arrecadação e desenvolvimento econômico. Ele lembrou que a responsabilidade é de longo prazo. “O que estamos construindo agora vai refletir no futuro. A racionalização do sistema trará mais simplicidade para empresas e governo, com redução de custos e maior facilidade no cumprimento das obrigações tributárias”, disse.
Na avaliação do empresário Osvaldo Martinello, a transição impactará a gestão interna das empresas, mas também poderá gerar benefícios. “O desafio é conviver com esse período de transição, que impacta diretamente os processos internos. Por outro lado, vejo oportunidade de termos um ambiente de negócios mais justo e competitivo”, pontuou.
O assessor jurídico da Facmat, Rafael Furman, ressaltou que os empresários terão de lidar com dois sistemas simultaneamente durante a fase de transição. Para ele, o processo exigirá cautela. “Esse será um grande desafio tanto para os empresários quanto para a gestão pública. Mas acredito que um sistema mais transparente e igualitário pode gerar uma competição mais justa no futuro”.
Durante o debate, também foram mencionadas preocupações técnicas com a adequação dos sistemas de gestão (ERPs) às novas regras, os prazos de implementação e o papel do Comitê Gestor na repartição de receitas. A mesa redonda foi mediada pela jornalista Luciane Mildenberger.
Representando o público, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sinop, Fábio Migliorini, avaliou a relevância do encontro promovido pela Facmat. Para ele, a reforma é um tema decisivo. “Quem souber se adaptar sairá na frente. Foi fundamental a Facmat levantar esse debate e enriquecer nosso encontro”, concluiu.
