Do match à maratona; Paixão pela corrida une casal de servidores que coleciona experiências em maratonas: ‘compartilhar desafios e celebrar conquistas’

Os servidores públicos Inara Andrade de Albuquerque, de 45 anos, e Ricardo Afonso de Lima Martins, de 33, se conheceram graças a uma amiga em comum, que treinava com Ricardo em uma assessoria de corrida em Cuiabá. A paixão pela corrida foi o ponto de partida para uma troca de mensagens que rapidamente se transformou em conexão real. No primeiro encontro, que aconteceu em 19 de novembro de 2021, a despedida teve só um beijo tímido, porque ambos tinham treino no dia seguinte, algo que parece ter definido o tom do relacionamento: parceria, disciplina e afeto.

“Na hora de irmos embora, fui deixá-lo, estávamos no meu carro, e ele perguntou se eu queria subir. Falei que não, porque como boa corredora, tinha treino longo no sábado cedinho, e ele também. Combinamos de nos encontrar novamente no fim do sábado”, lembra Inara em entrevista ao Olhar Conceito.

Como combinado, ele se encontraram depois dos treinos de corrida. “Fui para casa dele e ele fala até hoje que eu cheguei ‘de mala’ para ficar o fim de semana inteiro”, brinca Inara. “Um exagero, claro, mas que eu levei uma roupinha extra, sim, levei, afinal, dois solteiros e um fim de semana inteiro pela frente ainda. O fato é que desde esse fim de semana não nos separamos mais”.

A corrida, presente desde o início, foi também o que fortaleceu o vínculo entre eles. Inara já era maratonista e incentivou Ricardo a completar a sua primeira maratona em Porto Alegre, em 2022, em meio à incerteza dos eventos esportivos no pós-pandemia. A prova aconteceu no dia 12 de junho, Dia dos Namorados, e foi seguida de uma viagem a Gramado, no Rio Grande do Sul, o que tornou tudo ainda mais simbólico.

Foi Inara quem incentivou Ricardo a participar da primeira maratona, em Porto Alegre (RS). (Foto: Arquivo pessoal)

Nos anos seguintes, o casal trocou de assessoria esportiva e passou a treinar junto, mesmo com ritmos diferentes. “Não consigo correr junto com o Ricardo porque sou lenta demais, ele é muito mais rápido que eu”, conta Inara, entre risos. Ainda assim, ela acredita que um dia os dois completarão “uma prova lado a lado, quilômetro a quilômetro”.

Em 2025, Ricardo voltou a correr a maratona de Porto Alegre e Inara foi como “staff”, cuidando de tudo nos bastidores: organizou os materiais, prendeu o número de peito na camisa e o acompanhou na largada e na chegada. Com os olhos atentos e o coração apertado de emoção.

“Acompanhei a largada, fiz vídeo, gritei… Uma digna tiete. Esperei naquele frio, mas compensou demais ao vê-lo longe ainda vindo, com a camisa amarela da equipe que o destacava da multidão, mas de qqualquer forma eu o acharia, não com os olhos, mas com o coração que estava agoniado batendo cheio de ansiedade de ouvir o relato de como foi, se deu tudo certo… Enfim, Ricardo chegou, bem cansado, o ajudei a ir pra tenda, se aquecer, alimentar. E curtirmos o ‘after’, eu ouvindo tudo, atenta, ele animado contando”.

“Inara acompanha cada prova de Ricardo como se fosse dela”, resume a própria servidora, ao contar como a corrida se tornou um elo profundo entre o casal. Seja como atleta ou como staff, ela está presente nos treinos, nos preparativos e nas chegadas.

Para os dois, o esporte se tornou mais que parte da rotina ou lazer, sendo uma forma de construir a relação com parceria, cumplicidade e admiração mútua. “A corrida nos uniu e nada mais justo que, além de compartilhar os desafios, celebrar cada conquista, um do outro, como se fosse pessoal”.